sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Este texto que estou postando hoje é um dos que eu mais gosto, fala dos encontros e desencontros desta vida...


Frida e Gringo- Amores líquidos (ou não!?)

                Ela, queimada de praia, fantasia de mexicana. Muitas cores e sorrisos. O chapéu a protegia do sol. Calor, muito calor. Carnaval, último dia. Ela já tinha vivido umas histórias, beijos rápidos, aperto no peito. Ele, bem na dele, apenas um pequeno romance. Já se conheciam de outros carnavais. Ele lembrava do beijo naquela chopada. Muito intenso para esquecer. Ela, só se lembrava de flashes e de que ele tinha cabelo comprido. Disso ela não gostava. O beijo foi bom sim. Tocava uma marchinha que dizia assim: "Se você fosse sincera, ôô, Aurora." E ela passa por ele. Ele, blusa xadrez, cabelo curto e despenteado, olhos pequenos, branco como leite, sorri em perfeita desordem. Ele parece não se encaixar nesta cena. Ela gosta disso e sorri também. os dois se abraçam e falam coisas óbvias como o calor do Rio de Janeiro. Tanta coisa pra falar. Pouco é dito. Quando ele vai se despedir, ela dá um beijo no canto da boca dele. Rápido, sem pensar. Ele a chama de louca e a puxa para perto. Daí alguma coisa acontece. Muitas coisas acontecem. Ele não quer que este momento acabe. Ele acha que é o começo do fim. Ele tem um medo danado de se apaixonar. Ele quer casar amanhã. Decidem tomar uma água de coco e um banho de mar em Ipanema. Mergulham de roupa, fantasias e tudo. Muitas fantasias nas cabeças também. Imaginam como vai ser a vida depois deste encontro. Diferente, estranho, bizarro pensar nisso agora. Não é hora, mas se pensa. Montanha-russa. Beijos e abraços em câmera lenta. Ela diz que se sente saltando de pára-quedas. Ele a convida para boiar no mar. Ela o acha muito engraçado. Ele não tira os olhos da flor vermelha no seu vestido. Quando olha para ela, vê luz e cor. Ela fala muito, sobre fotografia, cinema e arte. Ele tenta acompanhar o ritmo da conversa. Ás vezes se perde e fala sobre isso. Ela adora quando ele mostra sua própria fragilidade e confusão. É doce, é tão bonito. O sol se despede. É hora de ir embora. trocam telefones e juras de amor eterno. Ela se esquece que isso vai tirar seu sono, sua fome, sua paz. Amanhã ela pensa nisso. Ela quer viver. Vai cada um pro seu canto. A vida insiste em continuar.

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